Em pouco mais de uma semana, mais de dois mil profissionais de saúde do Estado foram submetidos ao teste para detecção do novo coronavírus. Desses, 593 foram diagnosticados com a Covid-19 - um aumento de 107 confirmações nas últimas 24 horas -, enquanto 432 testaram negativo. Outras 26 amostras tiveram resultado inconclusivo e as pessoas serão submetidas a novo exame.

Há ainda 969 amostras em investigação aguardando processamento. Até a noite desta quinta-feira (16), 33 dos profissionais que testaram positivos estavam recuperados. Entre os casos ativos, 507 encontram-se em isolamento domiciliar e 49 em internamento, sendo quatro em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

“São dados de profissionais sintomáticos das redes pública e privada da Capital e do Interior”, destacou a secretária executiva de Vigilância em Saúde do Estado, Luciana Albuquerque. "Todos os profissionais estão muito ansiosos para fazer seu teste, mas é importante respeitar o que está normalizado para que a gente consiga manter a capacidade de resposta aos testes que estão chegando. Hoje chegam quatro vezes mais amostras no Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública)”, completou.

O alto índice de contaminação entre os profissionais da área, o que requer afastamento das atividades, acaba exigindo o recrutamento de substitutos que, na maioria das vezes, não tiveram tempo hábil para se capacitar acerca não só da dinâmica da doença, mas do uso dos equipamentos, sobretudo os de proteção individual, os chamados EPIs. Essa é uma das preocupações geradas pela pandemia.

“É parte do processo que haja uma rotação e um chamado (de novos profissionais) para o desafio. A gente vai ter sim que recrutar pessoas que não vão ter muito tempo para treinamento. Temos que admitir isso. Não só o treinamento assistencial, para lidar com o paciente, mas o treino para paramentação e desparamentação. Não basta ter o EPI, tem que saber usar adequadamente. Temos tido muitos relatos de atrapalho nesse momento de desparamentar. É igual ao uso das máscaras, tem que saber usar senão vira equipamento mais de contaminação do que de proteção”, comentou o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo.

Segurança

Foi iniciado na quarta-feira (15) o protocolo de testagem dos profissionais das áreas de segurança do Estado. Segundo Luciana Albuquerque, foram cerca de 150 amostras colhidas, com ao menos nove resultados certos para infecção pelo novo coronavírus.

“Faz parte do processo de ampliação da testagem. Na semana passada iniciamos a testagem dos profissionais de saúde na linha de frente e seus contatos familiares. Nesta semana, a gente começa também a testar os profissionais de segurança e os seus contatos familiares, e as pessoas privadas de liberdade. O Lacen começa a receber quatro vezes mais amostras para processar e para tentarmos conhecer esse número real (de infectados)”, destacou a gestora. 

Folha de Pernambuco