Vista de uma residência construída no MahaBhumi, em Chã Grande. Foto: Divulgação

Faz parte do nosso imaginário e de nossos melhores sonhos, a ideia de viajar!

Aliás, a nossa jornada na terra, ela mesma é uma grande aventura. Nesse sentido, buscamos incessantemente o prazer, e conhecer lugares belos, diferentes, cujas belezas naturais estão preservadas sempre fez e fará parte desse ideário humano.

Estamos vivenciando um momento em que por questões pandêmicas e econômicas, foram nos impostas restrições do encontro com o outrem.

Nos grandes centros urbanos, depois de mais de dois anos de isolamento social, as famílias buscam a cada dia mais, esse contato com a natureza, com o verde, com áreas preservadas e ao mesmo tempo, locais onde as facilidades de acesso e o tempo de deslocamento sejam próximos de onde moram.

O nosso município de Chã Grande tem pela sua geografia, clima e localização, um potencial imenso para atividades como turismo de aventura, ecoturismo, turismo rural, turismo de experiência desempenhem um papel importante, tanto para a economia regional, quanto para essas causas tão urgentes da recuperação e preservação do ambiente do qual convivemos todas e todos.

MahaBhumi (um nome composto da língua sânscrita da Índia) numa tradução livre, quer dizer Chã Grande.

Nesse sentido, em 2012, quando iniciamos esse projeto, visualizamos que esse projeto poderia apontar para o que buscamos todos enquanto coletividade humana. Quais os modelos de habitações humanas que buscamos para esse novo mundo que ainda não somos, mas para o qual queremos e precisamos apontar.

Hoje, em junho de 2022, estamos comemorando 10 anos da existência desse projeto, é possível afirmar, que recuperar áreas degradadas, plantar comida orgânica e saudável, plantar árvore e construir habitações utilizando em grande escala os elementos e materiais que dispomos no próprio local vale a pena, e num sentido pedagógico pudemos inspirar pessoas e grupos sociais, para que cada uma delas se torne um agenda multiplicador das mudanças ao qual todas aspiramos.

Em contra partida, quando o poder público direciona recursos econômicos para facilitar, por exemplo, o acesso de turistas a esses sítios ecológicos está oferecendo uma contribuição efetiva para que possamos juntos mudar o perfil econômico do município, migrando recursos, por exemplo, da agricultura que cultiva com agroquímicos, contamina água, lençol freático e grande populações que consomem esses líquidos e esses cultivos, para uma economia geradora de vida, no presente, mais principalmente para as futuras gerações.

Nesse ponto, é preciso lembrar que chegamos até aqui, enquanto humanidade, porque lá atrás, nossos ancestrais buscaram “imprimir” esses conhecimentos de como lidar com a vida do solo e por consequência das plantas e a vida humana, por milênios e só recentemente, pós era industrial, é que migramos para a utilização de fertilizantes sintéticos, com consequências danosas a vida na terra.

Em nossa experiência, o turismo pedagógico tem cativado um grande número de defensores da natureza e, portanto ela deve ser tornar prioridade para qualquer política pública na atualidade e no futuro do planeta.

Por tudo isso, convidamos e convocamos toda a população do município a apoiar e preservar nossos recursos naturais, a plantar árvores, cuidar de nossas nascentes, separar e reciclar nossos resíduos e principalmente, ouvir os mais velhos. A chave para chegarmos até aqui, é que as comunidades antigas, tiveram a capacidade de ouvir esse conhecimento e essa oralidade que vem através dos membros que nos antecederam.





MahaBhumi, 25.06.2022

Valter França