Em Chã Grande, pelo menos mais de 60 crianças já apresentam sinais característicos que identificam a presença do Transtorno do Espectro Autismo (TEA), segundo um levantamento de um grupo de pais e mães da cidade. Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (7), durante reunião, que teve como objetivo debater a implantação de um centro especializado para o atendimento de crianças que se enquadram dentro da especificidade. O encontro reuniu representantes dos poderes públicos municipais, como o prefeito, Diogo Alexandre, e os vereadores Jorge Luís e Ninha de Zé Maria, os secretários Jairo Paiva (Saúde) e Alexandra Gomes (Assistência Social), especialistas e os pais e mães que integram o grupo, que vem ganhando mais adeptos na cidade.

Andréa Maria, mãe e uma das idealizadoras – Foto: Paulo Sérgio

A reunião foi proposta ainda na semana passada, após um encontro realizado na Câmara de Vereadores com as mães Andréa Maria e Thalyta Maria, que também são idealizadoras do grupo de apoio. Mãe de duas crianças, sendo uma delas autista, Andréa entende bem a necessidade de implantação de um serviço de acompanhamento na cidade. ”É uma luta diária. Aqui em Chã Grande ainda não temos [centro especializado], estamos correndo atrás desses direitos dos nossos filhos, pra gente trazer melhorias de vida”, destaca.

Márcia Maria, fonoaudióloga – Foto: Paulo Sérgio

A idéia do grupo, apresentada durante a reunião, é de que o município coloque em prática um centro com equipe especializada para o atendimento. A fonoaudióloga Márcia Maria destacou a importância do pleito levantado pelos pais e mães: “o desenvolvimento dessas crianças depende da estimulação e do tratamento. E se torna mais efetivo quando acontece próximo de casa”, explica. “O município também vai cumprir as orientações do Ministério da Saúde, o Marco Legal da Criança e tudo aquilo que já está preconizado pela Lei”, completa a especialista.

Diogo Alexandre, prefeito de Chã Grande – Foto: Paulo Sérgio

Segundo o prefeito, Diogo Alexandre, a reunião marcou o pontapé inicial do projeto. Os próximos passos serão levantamentos de questões orçamentárias, como o local a ser instalado o Centro, a equipe para atuar no local e os custos necessários para colocar em prática. “É uma coisa que comove a gente, e é realmente importante a participação de todos”, destaca o gestor.

Lucas Henrique, pai e um dos idealizadores – Foto: Paulo Sérgio

Para Diogo, a proposta é de que o local seja um espaço para o atendimento amplo à sociedade: “[…] mais breve possível implantar aqui em nosso município um serviço voltado para todas as pessoas que têm algum tipo de deficiência. Isso é importante”, destaca. O fotógrafo Lucas Ramos, pai de uma criança autista, e um dos idealizadores, também partilha da idéia. “Inicialmente a gente ta falando de autismo, mas a gente vai abranger várias pessoas no projeto”, comenta.

Novas reuniões devem ser realizadas. Além do centro especializado, o grupo também busca um apoio para a emissão de laudos. Cerca de 30 crianças ainda dependem do documento para que suas famílias possam pleitear o benefício junto ao INSS. Segundo a secretária de Desenvolvimento Social, Alexandra Gomes, um psiquiatra será colocado à disposição para o atendimento desses casos.