A hegemonia do PSB no comando do Governo de Pernambuco tem data para acabar. Após quatro eleições, 16 anos e dois governadores eleitos, o partido deixa a liderança do estado em 31 de dezembro. Seu candidato, o deputado federal Danilo Cabral, sequer chegou ao segundo turno, que será disputado entre Marília Arraes (SD) e Raquel Lyra (PSDB). Pela primeira vez, uma mulher vai estar à frente do Campo das Princesas.
A hegemonia do PSB começou a ser construída ainda de forma tímida, no ano de 2006. No início das eleições daquele ano, pouca gente imaginava que o projeto decolaria. Jarbas (MDB) era o atual governador, mas já estava em seu segundo mandato. Ele havia renunciado para disputar o senado. O vice, Mendonça Filho (UB), assumira. O principal nome da oposição era Humberto Costa (PT). Mas na disputa também estava Eduardo Campos.
O socialista, neto de Miguel Arraes, começou a crescer. Cresceu tanto que chegou ao segundo turno contra Mendonça, deixando de fora o até então apontado como principal adversário da base governista na época.
Eduardo venceu. Daí por diante, foi colocado em prática uma política focada em agregar apoios. Tanto que em 2010, na reeleição, Eduardo desbancou Jarbas com mais de 80% dos votos. Estava consolidado então o modelo hegemônico do PSB, sob a liderança de Eduardo Campos.
Em 2014, Eduardo indicou Paulo Câmara (PSB) como seu candidato. Do outro lado, um ex-aliado aparecia bem nas pesquisas. O ex-senador Armando Monteiro despontava como uma forte oposição, mas a campanha estava ainda no início. Naquele mesmo ano, Eduardo acabou morrendo em um acidente aéreo no litoral de São Paulo. O PSB perdia o seu grande líder político.
Paulo Câmara foi eleito em primeiro turno. Quatro anos depois, diante do mesmo Armando Monteiro, o governador foi reeleito, também sem a necessidade de segundo turno. Mas o PSB estava cansado, politicamente falando.
A campanha de 2018 não foi das mais fáceis. E isso se refletiria em 2020, no objetivo do partido de eleger João Campos (PSB), filho de Eduardo, como prefeito do Recife. O objetivo veio. João foi eleito no segundo turno contra Marília Arraes, sua prima, que na época estava no PT.
A campanha pela prefeitura do Recife já começava a apresentar sinais de que a sucessão de Paulo Câmara não seria tarefa fácil. Paulo chegou a ser considerado como um dos piores governadores de Pernambuco. E isso respingou na campanha de Danilo Cabral (PSB), que no resultado final ficou na quarta posição, com 885.994 votos. Além de Marília e Raquel, Danilo ficou atrás de Anderson Ferreira.
Os próximos dias serão decisivos. O PSB poderá ficar neutro ou indicar seu apoio a uma das postulantes que estão no segundo turno das eleições em Pernambuco, que ocorrerá no dia 30 de outubro.
0 Comentários