O relógio já passava do meio-dia em Chã Grande. Muitas pessoas estavam em suas casas, saindo dos postos de trabalho. Crianças e adolescentes iam ou voltavam de suas atividades escolares. Foi quando uma notícia tomou conta de toda a cidade, rapidamente se espalhando e rompendo as divisas do município: um ônibus escolar havia sofrido um acidente durante o trajeto pela zona rural.

 

No início, as informações ainda eram desencontradas. Mas isso não impediu que a solidariedade começasse a agir imediatamente. Justamente no local do acidente, um homem simples, do campo, se dirigiu até o veículo, já no fundo de uma ribanceira, para prestar ajuda às crianças, com idades entre 04 e 12 anos, o motorista e o monitor do veículo. Outras pessoas se juntaram aos esforços, que foi ampliado com a chegada das equipes de SAMU.

 

A cada ambulância que chegava até o Hospital Geral Alfredo Alves de Lima, em Chã Grande, trazia consigo uma mistura de emoções. Apreensão de curiosos e familiares e alívio de todos por mais um resgate bem sucedido. Além dos socorristas do município, juntaram-se também à operação as equipes do SAMU de Vitória de Santo Antão, a Defesa Civil, a Guarda Municipal e outras tantas pessoas dispostas a ajudar.

 

O clima de esperança aumentava a cada sirene que tocava na frente da unidade hospitalar. Eram vidas chegando em busca de socorro. No local, técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos aguardavam pela chegada das vítimas. A cada nova entrada no setor de urgência e emergência, os profissionais se empenhavam ao máximo para garantir o atendimento necessário.

 

Após o último resgate, os médicos começaram a destinar também os pacientes que necessitavam de atendimentos especializados para o Hospital da Restauração, na cidade do Recife. Seis pessoas, sendo cinco alunos e o monitor, seguiram durante a tarde. À noite, outras nove crianças também seguiram para a capital pernambucana, com o auxílio de ambulâncias das cidades de Gravatá, Bezerros, Pombos, Amaraji, Primavera e Vitória de Santo Antão.

 

As vítimas começaram a receber altas durante o período da noite. Uma criança e o motorista do ônibus, que não precisaram de transferência, foram os primeiros. Em seguida, o monitor e outras crianças também tiveram altas hospitalares no HR, onde estavam também o secretário de Educação, Joel Gomes, e uma comitiva para acompanhar e dar suporte às vítimas.

 

A Polícia Civil conduzirá as investigações acerca do que pode ter provocado o acidente. O motorista passou pelo teste de alcoolemia, que não apontou a presença de álcool, sendo zerado, segundo a Polícia Militar.

 

O dia que ficou marcado por um acidente, pode ser lembrado também como um dia para mostrar o que a humanidade tem de melhor dentro de si, que é o cuidado pelo outro.